MORRO DA URCA (adiado do dia 24/2) - 03/03/2018




Esta atividade do Ecoando, adiada do dia 24/2 devido a uma chuva inesperada, também substituiu a Travessia Horto-Jardim Botânico, esta cancelada devido aos possíveis reflexos do aumento da violência na Rocinha nas trilhas deste setor do Parque Nacional da Tijuca.

Embora o dia estivesse meio enevoado, com muitas nuvens e a visibilidade comprometida, a temperatura estava mais amena, talvez justamente por conta dessas condições.

Iniciamos a caminhada pouco depois da 9h, seguindo pela Pista Cláudio Coutinho até a entrada da trilha, que ganhou um terraço de madeira e outros melhoramentos realizados pela Companhia Caminho Aéreo do Pão de Açúcar, concessionária dos serviços dos bondinhos e do uso comercial dos topos do Morro da Urca e do Pão de Açúcar.

Embora esses melhoramentos da trilha - que incluem a instalação de escadas de madeira, trechos de pavimentação de pedra e corrimãos - possam ser questionáveis para muita gente, por descaracterizar uma via primitiva, os considero pertinentes e necessários, haja vista o excesso de gente caminhando diariamente pelo local.

Na minha humilde opinião, se não fosse por tais intervenções, a erosão do solo e a degradação da vegetação certamente gerariam mais prejuízos do que a simples descaracterização. Sem contar que a concessionária também está fazendo uma recomposição de flora no local.

Chegamos ao portão de entrada da área turística do Morro da Urca às 10h30, sendo recepcionados por dois tiês-sangue machos, com sua inconfundível plumagem vermelho-púrpura.

Depois dos banheiros, perambulamos por cada canto daquela babel de turistas nacionais e estrangeiros. Naquele burburinho, volta e meia parávamos para eu repassar ao grupo informações sobre a geografia do Rio, sobre a história de sua fundação e sobre outros temas ligados à bela paisagem que admirávamos.

Já na volta, no play-ground ao lado da estação do bondinho que vai para o Pão de Açúcar - onde agora há um plano inclinado que acompanha a escadaria, destinado a pessoas com limitações de mobilidade - pedi para que seu condutor  desse carona ao participante mais jovem do grupo, de 6 anos de idade, e sua mãe, já que o veículo retornaria vazio, após deixar uma visitante onde estávamos.

Pedido atendido e agradecido, dava gosto de ver a alegria do garotinho em atender seu pedido de andar de "bondinho", mesmo não sendo o original.

Logo a seguir, lanchamos num dos locais mais tranquilos daquele movimentado pólo de visitação turística, ao lado de um bem cuidado muro de plantas nativas.

Começamos a descida por volta das 12h, já preocupados com nuvens negras e não previstas pela meteorologia para aquela hora. As primeiras gotas começaram a cair quando passávamos pelo mirante de madeira da cumeeira, apertando ainda no meio da descida.

Como diz o ditado, "quem está na chuva é para se molhar", não nos preocupamos em colocar capa, apenas descer com mais cuidado. Por sorte o grupo era composto apenas por gente que curte até mesmo esses presentes inesperados da natureza. Tanto que ouvi exclamações, como: "que delícia de chuva!", "que barato!" e outras demonstrações de felicidade diante do episódio.

No final da trilha, onde chegamos sãos e salvos e sem nenhum tombo, paramos alguns minutos embaixo do terraço (onde já havia uma multidão fugindo da chuva), para eu pegar meu poncho e assim poder proteger a mim e a quem mais quisesse se apertar embaixo dele.

Para minha surpresa, só o participante mirim quis se proteger sob o impermeável, ainda assim talvez mais pela possibilidade de brincar com aquilo do que fugir da chuva - mesmo essa tendo apertado bem. O restante do grupo preferiu continuar caminhando embaixo do toró.

Chegamos de volta ao Andarilho às 11h30, ensopados. Desta vez, no entanto, a minivan do Ecoando não estava ilhada, como na última visita que fizemos ao Morro da Urca, em 2015.

Choveu tanto naquela ocasião, que tivemos que descer de bondinho e eu entrar pelo porta-mala do carro, que ele estava cercado por uma poça gigantesca!

Enfim, uma caminhada nunca é igual à outra. Até a próxima trilha!

Abraços,

Cássio Garcez
Coordenador


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