PEDRA DA ÍNDIA - 21/04/2018




Embora todas as previsões da meteorologia fossem de probabilidade zero de chuva neste dia, em Petrópolis - exceto por um único portal - choveu bastante quando já estávamos perto da entrada de Araras.

Putz, que chato, pensei eu. Não poderia obrigar ninguém a fazer uma caminhada como esta, de nível de dificuldade mais exigente (6: moderado, percurso médio, obstáculos e subidas mais complexos), embaixo de chuva. Por isso ofereci ao grupo a opção de desistir, sem ônus.

O curioso é que ninguém topou essa alternativa, mesmo diante de meus esclarecimentos de que não havia garantia nenhuma de que o tempo fosse abrir. Grupo guerreiro este!

Importante destacar que eu só concordei em subir com o grupo justamente pelo fato de o percurso ser seguro mesmo molhado. Curiosamente até mais seguro, devido aos trechos esfarelentos ficarem mais estáveis assim do que secos. O que todos conferiram na prática.

Por sorte, algumas semanas antes de trazer o grupo para cá, consegui achar um acesso alternativo àquele que havia sido perdido no alto da estradinha que liga Araras ao Vale das Videiras, fechado por propriedade particular.

Mais sorte ainda foi achar o Fernando nesta ocasião, morador que possui uma pequena fábrica de balas de gengibre do lado oposto à entrada da trilha. O mesmo foi de uma simpatia e generosidade raras, oferecendo-se para ajudar no que fosse preciso para viabilizar o apoio à caminhada. Ele inclusive me pediu para divulgar seu contato (24) 9.9279-6336, de modo a que mais pessoas pudessem contar com sua ajuda no acesso à trilha.

Assim, estacionamos o Andarilho (a minivan do Ecoando) no quintal deste verdadeiro guardião da trilha da Índia, fazendo o aquecimento ali mesmo, embaixo de chuvisco.

Iniciamos a caminhada com chuva mais consistente, às 9h30. No entanto, alguns minutos depois ela cessou, sendo substituída por neblina que só foi se dissipar quando chegamos no contraforte que une a trilha atual com a desativada. Havíamos levado uma hora até lá.

Dali em diante, o tempo foi firmando, ajudando assim a desvelar um pouco das paisagens ocultas pelas nuvens.

Chegamos ao cume por volta das 12h, após passar pela curiosa Pedra da Onda. Lá ficamos aproximadamente uma hora curtindo os visuais, a paz do lugar e a sensação de liberdade - inclusive aquela relacionada à quebra de preconceitos e mitos sobre alguns dos supostos riscos maiores de se caminhar com chuva.

Antes de descer, fiz um "curativo" no calçado de uma caminhante, que abriu aquela boca de jacaré devido ao seu desuso por longo tempo e o consequente ressecamento aniquilador de solados. Estou me tornando um especialista nesse assunto...

A descida foi bem fluída e, ao contrário do que muita gente achou, sem nenhum tombo ou escorregão dignos de nota. Chegamos lá embaixo, com o sol começando a dar as caras, às 15h30.

Na fábrica de Fernando, conhecemos o processo de fabricação das balas, comprando alguns sacos delas. Aproveitamos para ouvir um pouco das ricas histórias desse defensor da natureza, antes de partirmos para casa.

Chegamos sãos e salvos a Niterói, depois dessa segura, didática e deliciosa caminhada.

Veja as fotos deste e de outros passeios do Ecoando, em: http://www.ecoando.eco.br/galeria-de-fotos/.

Abraços,

Cássio Garcez
Coordenador

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