FERRO DE PASSAR ROUPA - 08/09/2018
O dia estava ensolarado e com uma neblina esparsa em alguns locais da
serra, bem cedo, como em Bonsucesso, Teresópolis, nosso objetivo inicial.
Já no final da estradinha rural, a caminho das Torres (rochosas, ao
invés de energia, como muita gente acaba se confundindo), topamos com alguns
moradores asfaltando a via por conta própria, o que nos obrigou a estacionar o
carro 1 quilômetro
antes do início da caminhada. Nada demais, já que o grupo demonstrava estar bem
preparado e motivado, impressão que seria confirmada mais adiante.
Começamos a caminhar por volta das 9h, chegando ao Ferro de Passar Roupa
(de 1.630 m
de altitude), talvez a formação rochosa mais curiosa do conjunto constituído
também pelas torres Média e Maior, daí a duas horas de ritmo tranquilo e
consistente. Somente neste local encontramos com outros caminhantes, em dois
grupos, um bem reduzido, do Clube Niteroiense de Montanhismo (CNM), e outro
enorme, do Amigos da Zona Oeste (AZO).
A frente deste grupo, vinha o Carlinhos, colega jurássico de guiamento
em trilha e amigo deste coordenador. Foi uma festa encontrar com ele e, um
pouco mais tarde, com o Ivo, o outro coordenador do AZO.
Neste local, nosso objetivo final da caminhada - pelo menos oficialmente
- lanchamos e ficamos um bom tempo apreciando a bela formação rochosa e as
vistas em 360 graus de montanhas, serras, vales e florestas bem preservadas,
estas distribuídas em pelo menos três unidades de conservação de proteção
integral. Eram elas, o Parque Estadual dos Três Picos, onde estávamos, o Parque
Nacional da Serra dos Órgãos, a noroeste, e o Parque Natural Municipal
Montanhas de Teresópolis, visível em grande parte do quadrante norte e
nordeste.
Como o grupo tinha demonstrado estar bem preparado e disposto, como eu
tinha avaliado desde o início, ofereci uma canja: a de continuarmos até a Torre
Média (ou Central, de 1.890
m de altitude), o que nos exigiria mais algumas horas de
caminhada e esforço. A resposta foi imediata e unânime: sim!
Daí, começamos essa segunda e inesperada etapa, às 11h45,
aproximadamente. O que foi bastante providencial, já que o Ferro de Passar
estava ficando meio lotado, com os participantes do AZO que não paravam de
chegar. Embora fosse um pessoal legal e tivesse até ex-participantes do
Ecoando, costumamos preferir locais de visita com menos gente, para podermos
usufruir melhor da paz e da beleza que ali existem. Daí, com a nossa subida,
ganharíamos mais algum tempo de silêncio e de mais qualidade de contato com a
natureza.
Chegamos à base da Torre Média às 12h50, junto com os primeiros
caminhantes do AZO e do CNM. O Carlinhos se adiantou e colocou a corda que ele
também havia levado, como eu, para dar mais segurança àquela subida. Assim,
pouco depois das 13h, estávamos todos lá em cima, curtindo o astral daquele
lugar. E exercitando a paciência de conviver com algumas pessoas que não
conseguem respeitar o direito ao silêncio alheio no ambiente natural...
Tiramos muitas fotos, repassei informações multidisciplinares sobre o
local e interagimos com os colegas de outros grupos, além de lanchar novamente.
Começamos a descer por volta das 13h45, chegando ao Andarilho (a minivan
do Ecoando), às 16h45, tempo semelhante à subida devido às inúmeras paradas
para fotos, declamação de poesias pela biblioterapeuta Cristiana Seixas e
curtição da beleza do lugar.
De volta à estrada, ainda paramos num restaurante de beira de estrada,
na localidade de Vargem Grande, para fazer um lauto ajantarado.
Chegamos de volta a Niterói por volta das 21h, nutridos de corpo de alma
de tanta beleza, riqueza de experiências e uberdade de trocas.
Nossos agradecimentos a quem contribuiu com sua presença para o sucesso
deste passeio, certamente um dos mais espetaculares e bem aproveitados da programação
de 2018 do Ecoando.
Até a próxima trilha!
Abraços,
Cássio Garcez
Coordenador
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