TRAVESSIA SAMPAIO CORREIA-RONCADOR - 08/07/2018




Iniciamos esse estirão de 15 quilômetros às 8h, no centrinho de Sampaio Correia. O dia estava ensolarado e fresco nas primeiras horas da manhã.

Depois de atravessarmos a Rodovia Amaral Peixoto, começamos a subir uma estradinha que corta um dos contrafortes da Serra do Tingui e que leva diretamente a essa localidade perdida no tempo.

Com uma hora de caminhada, adentramos um pasto que nos levou a um dos mirantes mais abrangentes de todo o trajeto, por se localizar numa crista limpa e estratégica. Lá de cima enxergávamos os Três Picos, parte do Morro de São João, a Ilha de Cabo Frio, as lagoas de Saquarema, Vermelha e parte da de Araruama, o oceano, a cidade de Saquarema e o que restou da Fazenda Santa Luzia (ou Luíza, para alguns).

Ficamos por volta de meia hora neste local, nos deleitando com os belos visuais. Oportunidade que aproveitei para também contar a história do engenheiro multimídia José Matoso de Sampaio Correia, da Usina de Santa Luzia, sobre a formação da Laguna de Saquarema e outras informações.

Levamos algo em torno de 40 minutos até o Tingui, onde paramos numa birosca para reabastecer e conhecer um pouco da gente dali. A data do frontispício, de 1936, tinha bastante relação com a vida pacata dali, que não deve ter mudado muito desde aquela época.

Pouco depois, visitamos as famosas mas nem tão interessantes Cachoeiras do Tingui. A razão do desinteresse estava no fato das tais cachoeiras serem na realidade uma série de duchas e escorregadores artificiais de água de rio, pertencentes a uma propriedade particular. Não nos demoramos nesse local, pois, para poder lanchar um pouco mais acima, ao lado do Rio Tingui, em local mais aprazível de uma outra propriedade particular, cujo dono permitiu nossa entrada.

A partir dali, enfrentaríamos o trecho mais sacrificante.

Isso porque, mesmo sendo uma estradinha de terra, as inclinações começaram a ficar bem mais íngremes e longas. Para completar, o sol pleno do meio dia e a ausência quase total de vento, tornou ainda mais desgastante esse trecho.

Tanto que, quando chegamos à virada da serra - onde começaríamos a descida para a Serra do Roncador, na outra vertente - apenas dois participantes toparam subir comigo até algumas das rampas de voo livre de Sampaio Correia. No entanto, quem foi, não se arrependeu. Já o restante do grupo, aproveitou a pausa para ficar lagarteando à beira da estrada, na sombra, à nossa espera.

Descemos por mais meia hora até adentrarmos outra trilha - que não tinha apenas descidas, mas algumas subidas também, não anunciadas pelo guia. Daí, como muitos já estavam cansados e achando que a caminhada agora seria só para baixo, o guia foi obrigado a ouvir alguns impropérios. Coisa normal e esperada quando a propaganda é enganosa...

Assim, depois de muito sobe e desce por trilhas de tropeiros, hoje utilizadas por sitiantes, chegamos a uma piscina natural do Rio Roncador, onde pudemos descansar e nos refrescar. Pronto, ânimos refeitos e desta vez caminhos só para baixo de verdade, e o grupo voltou a sorrir.

Chegamos por volta das 16h30 na Pousada Serra do Roncador, onde fomos muito bem recebidos para almoçar em seu restaurante. Enquanto o pessoal ia pedindo suas cervejinhas e comidas, eu pegava o táxi que havia chamado no final da descida, para resgatar o Andarilho (a minivan do Ecoando), que ficara estacionado em Sampaio Correia.

Na volta, ainda deu tempo deste guia beliscar alguma coisa, antes de partirmos para Niterói, onde chegamos por volta das 19h.

Nossos agradecimentos ao guerreiro e bravo grupo, que nos ajudou a inaugurar este roteiro exclusivo do Ecoando e de muitos atrativos.

Até a próxima trilha!

Abraços,

Cássio Garcez
Coordenador



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