CACHOEIRA DA MÃE D'ÁGUA (substituindo a CACHOEIRA ENCONTRO DOS RIOS) - 22/12/2018




Pelo fato de a trilha de acesso à Cachoeira Encontro dos Rios estar totalmente fechada pela mato, a melhor solução que encontrei para substituir tal passeio foi escolher aquele que fosse o mais parecido possível. A Cachoeira da Mãe D'Água atenderia não apenas esse quesito, mas também seria mais acessível e leve que o outro.

Assim, começamos a caminhar pouco depois das 8h, numa das ruas mais próximas do Quilombo Cafundá Astrogilda, em Vargem Grande. O dia estava ensolarado e com jeito de esquentar bastante mais tarde.

Seguimos direto para nosso destino, para evitar o máximo possível a muvuca. Lá chegamos por volta das 9h, encontrando o poço totalmente deserto, como queríamos. E não demoramos para cair na água e ficar embaixo da queda d'água durante um bom tempo.

Como o local ainda estava sombreado pelas grandes árvores daquele setor do Parque Estadual da Pedra Branca, o grupo florido (formado apenas por mulheres, sem contar o guia) se espremeu no único local onde havia sol. Verdadeiro privilégio sentir frio no primeiro dia do verão carioca!

Ficamos mais ou menos uma hora naquele local, privativamente, até que começaram a chegar outros grupos, gradativamente. Como eu havia encontrado outra cachoeira mais acima numa exploração rápida e todas as participantes toparam subir até ela, deixamos a Mãe D'Água para quem ia chegando.

Naquela outra cachoeira, de acesso um pouco mais trabalhoso, ficamos algo em torno de 20 minutos de outros banhos privativos, até que novas tribos urbanas nos alcançaram. No entanto, como todo mundo estava na sua, curtindo o lugar e colegas de trilha com o merecido respeito, ainda deu para ficar mais tempo ali, numa boa.

Muito legal ver que ainda é possível pessoas tão diferentes se relacionarem em paz e com zelo, também no ambiente natural - algo que vem ficando mais raro, como em quase todo lugar público.

E o que não faltava era diversidade cultural naquele refúgio de natureza.

Tanto que identificamos supostos moradores de variadas classes sociais, turistas de outros estados, skatistas (portando seus skates!) e até naturistas em perfeita harmonia - embora algumas pessoas tenham ficado chocadas com a nudez destes.

Natural esse estranhamento, já que fomos condicionados a encarar o corpo despido como um atentado ao pudor - como diz a própria lei. Mesmo quando a intenção dos peladões é a de apenas curtir o contato mais puro e sem filtros com a natureza, além de o mais distante possível de olhares curiosos e maliciosos - como parecia ser o caso.

Começamos a caminhada de retorno às 12h30 mais ou menos, seguindo por outro caminho, que intencionalmente passaria em frente ao restaurante Tô na Boa, gerido por quilombolas e muito concorrido. O motivo desse sucesso, comprovaríamos na providencial parada ali, onde consumimos comes e bebes da melhor qualidade, de preço justo e em simpático e rústico ambiente.

Terminada nossa confraternização pós-caminhada e andamos algo em torno de 200 metros apenas até nossos carros, encerrando a atividade às 15h, de alma lavada. Assim como fizemos na primeira atividade do ano, no mesmo roteiro.

Estávamos assim purificados para o encerramento da programação do grupo em 2018, que ocorreria no dia seguinte com o Pôr do Sol no Morro das Andorinhas. Mas isso é assunto para o próximo diário de trilha.

Abraços,

Cássio Garcez
Coordenador.

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