CACHOEIRA DO CAMPO - 15/12/2018
Iniciamos
nossa caminhada pouco depois das 8h, com um grupo bastante florido. Para
completar, o dia tinha sol entre nuvens e temperatura em elevação, o que
motivaria ainda mais o banho de cachoeira.
O setor Pau
da Fome, sede do Parque Estadual da Pedra Branca, por onde entramos, estava
ainda deserto quando começamos a caminhar. Sequer havia visitantes nas piscinas
naturais mais próximas da área construída, o que dirá na trilha menos conhecida
para a cascata onde íamos.
Ao longo do
caminho eu fui repassando ao grupo informações sobre a importância daquela área
preservada, as histórias dos sitiantes, mitos e lendas do lugar, além do
processo de criação da Unidade de Conservação.
A este
propósito, há inclusive uma reportagem publicada no Jornal O Globo, de autoria
de um repórter-caminhante com jeito de antropólogo (Caio Briso), que retrata
muito bem o modo de vida e o imaginário dos moradores remanescentes na Pedra
Branca.
Nela, de
onde tirei muitos causos
interessantes para repassar às caminhantes, é possível descobrir que a moradia
mais alta do Rio de Janeiro fica lá, nas imediações da Pedra Branca. Também
como o tempo parece ter parado naquelas bandas. E também como ainda existem histórias
de sitiantes contemporâneos onde é difícil saber o que é imaginação e o que é
realidade. Há até relato de abdução (contato com alienígenas), com uma riqueza
desconcertante de detalhes e de coerência narrativa! Para quem quiser saber
mais, esta é a matéria: https://oglobo.globo.com/rio/o-sertao-carioca-17660130.
Nesse clima
de mistério, potencializado pela exuberância de um dos trechos mais preservados
deste Parque, chegamos ao nosso objetivo principal, a Cachoeira do Campo. Eram 9h40.
E não havia ninguém além de nós, assim como na trilha da vinda.
Aquela
visão era quase uma miragem: uma cascata de águas límpidas e cristalinas de 8 metros de altura,
despencando de uma só vez sobre as rochas, protegida por exuberante mata e
localizada praticamente no centro geográfico do município, em área cercada por
17 bairros, alguns destes os mais populosos do Rio. E deserta!
Deixamos o
lanche para depois, pois queríamos provar que aquilo que víamos era de verdade,
com um bom e demorado banho. Teve gente quase criando barbatanas, de tanto
tempo que ficou imerso naquelas águas.
Depois de
pouco mais de uma hora, quando já era o momento de irmos embora, começamos a
ouvir vozes vindas da parte baixa do rio. Era um grupo que vinha subindo pelo
leito do mesmo!
Começamos a
caminhada de retorno, por volta das 11h30, levando novamente uma hora e meia
até a casinha da Cedae. Na trilha fomos encontrando mais gente, especialmente
nos poços mais próximos da sede do Parque.
Antes de
sairmos da unidade de conservação, ainda visitamos o sistema de captação e
tratamento de água, além da exposição permanente na casa construída pelo
arquiteto Zanine, em 1992.
Lá fora,
comemos bolinhos de aipim e compramos produtos da terra no barzinho que é
referência naquela área, de propriedade de um simpático casal de sitiantes da
Pedra Branca.
Chegamos a
Niterói em final de tarde com a alma lavada!
Até a
próxima trilha!
Abraços,
Cássio
Garcez
Coordenador.
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