FORTALEZA DE SÃO JOÃO - 09/12/2018 (antecipada de 16/12)
Devido a
problemas de agendamento na visita ao Sítio Histórico da Fortaleza de São João,
fomos obrigados a antecipar esta caminhada cultural para a nova data. Por sorte,
fez sol e um vento tão forte que algumas pessoas chegaram a sentir frio em
determinados momentos do passeio.
Começamos a
caminhar pouco antes das 14h, sem mais ninguém a nos acompanhar, a não ser o
guia militar. No entanto, o que parecia ser um roteiro inesperadamente
privativo para nós, acabou se mostrando o mais concorrido de todos os que já
fizemos lá.
Isso
porque, no caminho, o guia da Fortaleza pegaria um grupão de ex-militares e
seus familiares, que estavam em um churrasco. Daí, foram pelo menos mais 30
pessoas de todas as idades a se juntar a nós. Ou seja, seria impossível ouvir
as explanações do guia militar.
Não por
sorte, mas por ofício, este coordenador tinha todas as informações relevantes
na ponta da língua, as quais foram repassadas aos ecoandistas e até a membros
do outro grupo que se interessaram em ouvir.
Assim,
falei sobre a formação da Baía de Guanabara, as invasões francesas no Rio de
Janeiro, a aventura da fundação dessa cidade, a expulsão dos Tamoios e sua
ligação com a fundação de Niterói, entre tantos outros assuntos
interdisciplinares.
Depois da
visita ao Museu Histórico da Fortaleza de Santa Cruz, localizado em um
centenário paiol de munição desativado (onde há painéis explicativos sobre a
história do local, da cidade e do país, além de relíquias e objetos que remetem
a épocas variadas), o tal grupão voltou sozinho para o local de onde saiu. Só
então pudemos apreciar com calma a riqueza e a beleza do lugar.
Assim, andamos
pelos nichos de artilharia construídos em cantaria de pedra a mando de D. Pedro
II, no mesmo lugar onde existia outra fortificação, mais antiga. Passeamos
pelas muralhas que ainda abrigam antigos canhões, os quais foram usados poucas
vezes e ainda assim em conflitos internos, como a Revolta da Armada, em 1892. E
curtimos as vistas banhadas pelo sol da tarde, como os morros de Niterói, o
entra e sai de embarcações pela barra da Baía, e o mar encapelado pelas ondas e
o fresco vento sudeste. Tudo acompanhado pelo som das águas, da vegetação
sacudida pelas rajadas e de nossos passos e vozes apenas. Que alívio!
Retornamos
curtindo outros visuais, como a Enseada de Botafogo prateada pelos raios de
sol, o Pão de Açúcar com os restos da figura da íbis (pássaro egípcio que pode
ser observado na vertente oeste deste monolito em alguns horários e épocas do
ano) e o movimento de barcos retornando ao cais.
Ainda deu
tempo de contar alguns causos curiosos sobre esse morro, como a múmia andrógina
que foi encontrada em 1949 por escaladores numa via que eles estavam
conquistando, a primeira escalada feita no local (por uma inglesa, Henrietta
Carstairs) e o fato daquele morro tere pertencido a uma antiga ilha, a da
Trindade (que abarcava também os morros da Urca e Cara de Cão).
Encerramos
o belo e curto passeio no restaurante da Praia de Dentro, acessível apenas a
quem tem permissão de entrar no complexo militar, comendo tapiocas regadas a
cerveja ou água de coco.
No retorno
para casa, no contrafluxo do trânsito de praia, me dei conta de que este
horário vespertino viera bem a calhar. Isso porque, se tivéssemos vindo pela
manhã, como eu havia planejado, estaríamos voltando no meio do engarrafamento
de ida das praias niteroienses.
Providencial
problema de agendamento, ora pois.
Abraços,
Cássio
Garcez
Coordenador.
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