PÔR DO SOL NO MORRO DAS ANDORINHAS - 23/12/2018




Começamos a última caminhada do ano de atividades do Ecoando (e também a última Ecoando25, ecossolidária, em comemoração ao aniversário de 25 anos do grupo) às 17h30, esticando a tolerância de atraso a pedido de retardatários. Havia muitas nuvens no céu, mas ainda sem cara de chuva, apesar das previsões de temporal para este horário.

No bate-papo que antecede o início da andança, os participantes - estreantes ou veteranos - foram compartilhando sua alegria em estar ali, além de depoimentos sobre sua participação neste ano de atividades.

Já a caminho de nosso objetivo e passando em frente à Igreja de São Sebastião de Itaipu, verifiquei que o portão de acesso a seu jardim estava aberto, o que permitiu a visita a esta construção jesuítica de 1716. Lá comecei a contar a história da região ao grupo, em pequenas doses, destrinchando aos poucos e ao longo do caminho a riqueza multidisciplinar que faz desse lugar um legítimo museu vivo e a céu aberto.

Subimos o morro pausadamente, passando pela comunidade de moradores tradicionais, onde comentei sobre sua importância cultural comprovada por estudo científico e seu papel fundamental na preservação da natureza do Andorinhas. Além de sua ligação com a cultura ancestral da pesca artesanal praticada por índios e populações pré-históricas que habitaram esse lugar desde 8 mil anos atrás.

Chegamos ao primeiro mirante, o de Itacoatiara, por volta das 18h30. As vistas estavam um pouco prejudicadas pelas nuvens baixas e a neblina que se formava no topo de alguns morros, mas a brisa úmida e fresca que devia estar provocando tudo isso era providencial. Talvez por causa dessas condições, a Praia de Itacoatiara estivesse tão vazia.

Aproveitamos que não havia mais ninguém além de nós para ficar curtindo privativamente as paisagens possíveis, como as do Costão de Itacoatiara, do Alto Mourão e das Ilhas Maricás.

Um pouco antes de começarmos o sorteio de brindes, contei ao grupo sobre a história geológica das serras e das baixadas que víamos, além da criação do Parque Estadual da Serra da Tiririca (Peset) e do acidente com o Hércules C-130 em 2001, que se chocou contra o Alto Mourão, logo após o atentado das Torres Gêmeas.

Eu e a ecoandista Ângela declamamos prosa e verso, como prometido. E todos os participantes foram contemplados no sorteio, que teve como brindes desde lanterna e livro sobre o Peset, até vales-caminhada e camisetas do Ecoando.

Partimos dali para o outro mirante, o de Itaipu, às 19h10. Mas ao chegarmos neste, que descortina uma das mais belas vistas das praias de Itaipu e Camboinhas, além da Lagoa de Itaipu, percebemos que não veríamos o mergulho do sol no mar, devido ao manto de nuvens no horizonte.

No entanto, nenhum dos participantes parecia frustrado ou chateado com isso, pelo contrário. O que foi possível ouvir dos comentários, era só de expressões de encantamento e surpresa com a beleza do lugar.

Assim, ficamos lá curtindo quase exclusivamente as vistas, relaxando e eu repassando algumas informações interdisciplinares até depois do horário previsto do pôr do sol. A vontade era de ficar mais ali, tamanha sensação de paz e integração à natureza.

Começamos o retorno às 19h45, já com as lanternas a postos e alguns primeiros e poucos pingos de chuva a cair.

Por causa das nuvens, escureceu bem rápido, o que nos obrigou a usar nossas lanternas ainda antes da descida.

Já na rua da Amizade, que dá acesso ao Morro das Andorinhas e a poucas centenas de metros de nossos carros, a chuva apertou o suficiente para nos deixar bem molhados - um presente que algumas pessoas haviam pedido aos céus mais cedo, para arrefecer o calor.

Assim encerramos com alegria e gratidão mais um ano de atividades do Ecoando, o seu 25º.

Até 2019!

Abraços,

Cássio Garcez
Coordenador.

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