ANOITECER NA PONTA DAS ANDORINHAS - 19/01/2019




Iniciamos esta caminhada vespertina, às 16h30, depois de fazermos o bate-papo no pátio da Delegacia de Itaipu, próximo de onde estacionamos nossos carros, para fugir da muvuca da praia. No entanto, curiosamente e felizmente, o movimento de banhistas não estava grande.

Levamos aproximadamente duas horas para chegar até a ponta extrema do Morro das Andorinhas, que faz parte do Parque Estadual da Serra da Tiririca desde 2007. Isso porque, além de caminharmos pausadamente, íamos parando em mirantes ao longo do caminho para apreciar a paisagem.

Um detalhe nos chamou a atenção nesse trajeto: a secura da terra e da vegetação. Afinal, não chovia de verdade desde antes do Natal, estiagem fora de época esta agravada pelo maçarico que é o sol de verão e o calor escaldante dessa estação.

No entanto, talvez mesmo por causa dessa condição anormal da meteorologia, apreciamos um dos mais belos crepúsculos vistos em caminhadas do Ecoando. A provável maior quantidade de fumaça e de material particulado no ar tingia de milhares de cores o céu e as nuvens. E os cenários mudavam a cada instante, tornando o espetáculo ainda mais encantador.

O sol se pôs por volta das 19h45, exatamente colado à Ilha Cagarra, aquela que dá nome ao arquipélago que desde 2010 é um Monumento Natural, unidade de conservação de proteção integral que visa a preservar a biodiversidade que fugiu de ser devastada por visitantes e pescadores pouco educados.

Essas e outras histórias e informações eu ia contando aos participantes, seja ao longo do caminho, seja lá na ponta. Assim, um roteiro já tão rico em atrativos como este, se tornava ainda mais interessante e enriquecedor para seus visitantes. Enfim, este é também um dos objetivos das caminhadas ecológicas de verdade, valorizar o lugar visitado ao despertar a ligação afetiva e crítica do caminhante com o mesmo. Algo que no Ecoando levamos muito a sério.

A visão do espetáculo do pôr do sol, das ondas batendo nos costões rochosos, do marzão besta à nossa frente, do relevo das montanhas cariocas, além do relaxamento e do contato direto com aquele ambiente preservado, tornou esta atividade uma das mais aprazíveis dos últimos meses, sentimento compartilhado por todos os participantes.

Ainda ficamos mais algum tempo apreciando a chegada da noite, antes de começarmos o retorno, que se deu às 20h15, mesmo horário em que conseguimos ver a lua quase cheia despontar por detrás das nuvens.

Chegamos de volta ao ponto de partida mais ou menos às 21h30, são, salvos e felizes com atividade tão extraordinária. E também por companhia tão sintonizada!

Até a próxima trilha!

Abraços,

Cássio Garcez
Coordenador.

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