CAMINHO DO CAMBOATÁ - 12/01/2019





CAMINHO DO CAMBOATÁ - 12/01/2019

Por ser a primeira caminhada do ano do Ecoando - não por acaso gratuita e ecossolidária - escolhemos um roteiro totalmente plano e cheio de atrativos e de informações, como este.

Para começar, o Caminho do Camboatá faz parte do Setor Lagunar do Parque Estadual da Serra da Tiririca (Peset), unidade de conservação de importância extrema para a preservação de remanescentes florestais e outras áreas socioambientais fundamentais à manutenção da vida e de serviços ambientais (como amenização climática e regulação hídrica), além da qualidade de vida dos niteroienses. E sem contar também com a valorização da cultura tradicional, expressa através de comunidades que já viveram ou ainda vivem dos recursos que estão intimamente ligados ao Peset - como os pescadores de Itaipu.

Apesar de sua imensa relevância, este setor vem sofrendo ataques sistemáticos de construtoras na justiça, além de rasteiras do próprio poder público municipal, seja o executivo ou o legislativo. Tanto que a própria revisão do PUR, aprovada no final do ano passado, cinicamente excluiu uma das áreas do Parque de alguns de seus mapas. Ou seja, a população precisa conhecer mais e melhor o local e suas ameaças para se inteirar do que poderá perder se não se mobilizar contra investidas como essas. E foi o que fizemos, nesta caminhada, através do repasse de informações embasadas em fontes confiáveis.

Assim, o Caminho do Camboatá está localizado no bairro de Itaipu, às margens do canal que liga as lagunas de Itaipu e Piratininga (aberto em 1946 pelo antigo Departamento de Obras e Saneamento, DNOS), tendo sido inaugurado em 26 de julho de 2018, dia Mundial dos Manguezais.

Pavimentado de forma ecológica e inclusiva com paralelepípedos (que não prejudicam a permeabilidade do solo e permitem a passagem da água e de crustáceos de um lado a outro através de canaletas), tal via foi construída por guardas-parque e voluntários do Peset para torná-la mais atrativa e interessante a visitantes. Este seria o gancho que pode incentivar o interesse dos visitantes pelo patrimônio socioambiental, além de possibilitar o incremento da educação ambiental.

Desta forma, com um roteiro rico em mãos, um grupo motivado e o dia ensolarado, demos início à caminhada por volta das 8h30, depois do bate-papo e da arrecadação de 2 quilos de alimentos não perecíveis que cada um dos 13 participantes havia trazido.

O início do trajeto se deu por ruas de um loteamento horizontal, onde outrora as águas da Lagoa de Itaipu chegavam em épocas de cheia. Lagoa sim, e não "laguna", já que àquela época suas águas eram doces e ficavam 1,30 m acima do nível atual.

Mesmo urbano, este trecho é bastante pacato, mais ainda quando o asfalto dá lugar a uma estradinha de terra que vai acompanhando as árvores de mangue, onde este guia explicou sobre a importância dos manguezais, inclusive e especialmente para a pesca.

Alguns minutos a mais, e chegávamos ao caminho propriamente dito. Nele vimos poucas aves, talvez devido ao horário já tardio para a observação da avifauna, 9h40. No entanto, deu para apreciarmos os caranguejos chama-maré, que havia aos montes, além de algumas das dezenas de milhares de mudas plantadas por voluntários (incluindo participantes de nossas caminhadas), na iniciativa promovida pelo biólogo Luiz Alochio. Víamos também a Serra da Tiririca e a área pública que as construtoras alegam ser delas e que querem ocupar com dezenas de prédios.

Ficamos pouco ali, pois havia pouca sombra e o sol era bem forte. Como o grupo estava motivado, caminhamos pela beirada do canal no sentido oposto ao do caminho de paralelepípedos, onde há uma propriedade de sitiantes em seu final e belos cenários. Pena que as águas do canal continuem ainda tão poluídas!

Depois de um rápido lanche e da "selfie" de grupo, começamos o retorno. Mais adiante, pegamos uma outra rua, que foi seguindo o Morro da Peça mais de perto, por onde retornamos ao ponto de partida.Terminamos aí nossa caminhada às 10h40.

Nossos agradecimentos a quem participou e assim doou alimentos que já foram repassados ao Abrigo Cristo Redentor no dia 6 de fevereiro.

Veja as fotos deste e de outros passeios, além do ato da própria doação ao Abrigo, em: https://www.ecoando.eco.br/galeria-de-fotos/.

Até a próxima trilha!

Abraços,

Cássio Garcez
Coordenador

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