DESFILADEIROS DO VALE DO SAHY - 23/02/2019
O dia
estava ensolarado e com jeito de ficar quente, assim como a chuva era certa em
final de tarde, marcas registradas da Região da Costa Verde no verão. Como se
confirmou.
Assim,
tanto na ida quanto na volta pegamos a Avenida Brasil bem tranquila, apesar das
eternas e caóticas obras que vem atravancando aquela região carioca desde antes
das Olimpíadas. Também a Rio Santos estava fluída, o que nos permitiu chegar ao
Sahy, bairro de Mangaratiba, por volta das 8h.
Antes dos
nos dirigirmos à trilha, paramos na sede do Parque Estadual de Cunhambebe, de
construção recente e que não conhecíamos. Lá encontramos o simpático
guarda-parque Toschio, que nos passou informações sobre a unidade de
conservação e nos mostrou a exposição permanente que mostra didaticamente os
objetivos do parque, alguns de seus atrativos e exemplos de sua riqueza
socioambiental.
Entramos na
trilha por volta das 9h, seguindo direto para a cachoeira mais alta do roteiro
(que desconheço o nome), onde está um dos muitos desfiladeiros ou
"canyons", como grande parte dos visitantes prefere denominar tais
corredores rochosos.
A trilha
estava bem úmida devido às chuvas dos dias anteriores. Mesmo assim, por ser uma
via consolidada e bastante antiga (por ali passavam escravos traficados pelo
comendador Joaquim José de Souza Breves, o Rei do Café no século 19, além de tropeiros,
nos séculos passados), seu leito era suficientemente estável, especialmente nos
trechos ainda calçados com pedras-de-mão.
A mesma vai
beirando o Rio do Sahy, que corre por um profundo e bem florestado vale. Na
subida, passávamos ao lado de trilhas que saíam para piscinas naturais e
cascatas, algumas das quais visitaríamos na volta.
Pouco antes
de chegarmos ao nosso objetivo, às 10h20, passamos por um belo mirante, que
dava visão à Praia do Sahy, onde estão ruínas do que se acredita ser um
entreposto de escravos. Também víamos a Ilha Guaíba e a Ponta dos Castelhanos,
esta na Ilha Grande, além da Pedra da Conquista, mais abaixo do vale, onde
conta a lenda que escravos se suicidavam ao se lançar de cima dela.
Estas e
outras histórias eu ia contando aos participantes, à medida em que íamos
caminhando. Assim como informações sobre a criação do Parque, a colonização da
região, a construção da Rio-Santos e outros causos muito interessantes e
elucidativos.
Ficamos
tomando banho naquela piscina encaixada entre rochas por aproximadamente uma
hora e meia, além de lanchar, buscar hidromassagens naturais e até uma via de
body-cross, ou seja, um corredor onde era só deixar o corpo ser levado pela
corrente, como uma espécie de rafting sem bote, bastante divertido.
Saímos de
lá por volta das 12h, descendo em direção ao Poço dos Escravos, ampla piscina
natural formada logo após uma longa pedra por onde desce o rio. Assim como no
poço anterior, curtimos esse verdadeiro paraíso com exclusividade, ficando lá
em torno de uma hora.
Como não
poderíamos passar das 15h na trilha - horário em que já começaria a ficar
arriscado demais para os banhos de rio, em função da possibilidade de cabeças
d'água -, visitamos somente mais uma cachoeira, a do Sahy, onde chegamos por
volta das 14h. Ali o banho foi rápido e providencial, já que o abafamento do meio
de tarde já nos fazia derreter de calor. Na saída, dava para observar clamente
as nuvens mais pesadas começando a se avolumar no alto das serras.
Terminamos
a caminhada um pouco antes da 15h. Assim que entramos no Andarilho (a minivan
do Ecoando), os primeiros pingos de chuva começaram a cair, mas ainda
esporádicos. Somente quando chegamos à Rio-Santos, a chuva de verdade caiu.
No entanto,
chegando a Itaguaí - limite entre as regiões Metropolitana e da Costa Verde - o
tempo abriu de novo, seguindo assim até Niterói, onde chegamos sãos, salvos e
felizes com o banho de corpo e de alma.
Abraços,
Cássio
Garcez
Coordenador
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