CIRCUITO DAS PRAIAS DO MAR AZUL E SOSSEGO (ECOSSOLIDÁRIA) - 05/05/2019




Recebidas as doações de 2 quilos de alimentos não perecíveis por pessoa solicitadas e atingida a tolerância de atraso, pudemos começar esta caminhada ecourbana e filantrópica.

Eram 8h20 quando saímos de nosso ponto de encontro no DPO de Piratininga. O dia estava ensolarado, agradável e claro.

Fizemos o sentido horário do circuito, adentrando por um antigo acesso ao bairro de Camboinhas, hoje fechado ao trânsito de automóveis. Chegamos por volta das 9h15 aos mirantes da Praia do Sossego, na Ponta dos Morros, onde explanei para o grupo, antes da descida, sobre a geografia do local, sua história, geologia e pré-história.

Conhecemos também a área que está sendo recuperada com o plantio de espécies nativas pela Secretaria de Meio Ambiente e Recursos Hídricos de Niterói, onde vimos uma aroeira carregada - espécie nativa de Mata Atlântica cujos frutos também são conhecidos como pimenta rosa. E vendidos por preços absurdos em mercados!

Na descida às areias ainda bem pouco concorridas do Sossego àquela hora, percebemos que seu caminho de acesso está bem mal-cuidado, cheio de erosões e com trechos bastante arriscados para quem não tem traquejo em trilha. Algo que a prefeitura precisa e pode resolver com facilidade e logo. Fica aqui nosso registro e solicitação de providências urgentes neste sentido.

Uma vez vencido este trecho mais irregular do roteiro, escolhemos uma sombra privativa, onde alguns de nós nos preparamos para o banho de mar. Embora houvesse ondas e nenhum salva-vidas, foi possível dar bons e seguros mergulhos nos momentos de calmaria. A água estava limpa, clara e com uma temperatura espetacular.

Quem não quis cair na água, caminhou pela extensão daquela que é uma das menores praias do município, lanchou ou simplesmente ficou curtindo a paz e a beleza daquele recanto ainda pouco conhecido do niteroiense.

Partimos dali por volta das 10h15, retornando pelo mesmo trajeto. Caso o grupo fosse menor e mais aventureiro, poderíamos ter subido pelo outro lado da praia, ou seja, pela Ponta Pé de Boi, onde há uma picada bem íngreme e com trechos rochosos e mais aventurescos. Mas, como não era esse o perfil dos participantes e muito menos o objetivo do passeio, deixamos a idéia para outro momento.

Perto da mesma rua onde fizemos a ligação entre Piratininga e Camboinhas, subimos outra, mais íngreme e menos conhecida ainda, passando pela cumeeira da elevação que se abre a sudoeste e assim forma a Praia do Sossego. Lá paramos no Mirante de Camboinhas, uma afloramento rochoso oculto que escapou da ocupação imobiliária e que oferece uma das mais belas e abrangentes vistas da microbacia hidrográfica de Itaipu.

Continuando a caminhada, passávamos agora exatamente por cima do anfiteatro natural que forma a Praia do Sossego, que víamos em detalhes lá embaixo.

Um pouco mais adiante, quando já íamos começando a descida de volta para a Praia do Mar Azul - nome original do Praião de Piratininga e título do roteiro - notamos uma muvuca fora do normal. Chegando mais perto, descobrimos maravilhados que era um encontro de aficionados por fuscas, onde havia dezenas desses veículos, de vários anos e modelos diferentes.

Mas ainda faltava a cereja do bolo da caminhada, que seria a visita a um mirante rochoso logo abaixo da rua onde estavam os fuscas, de onde se descortina uma belíssima vista das montanhas de Piratininga e do Rio, como o Viração, o Pão de Açúcar e a Pedra da Gávea.

Lá contei sobre a história do Titanic Brasileiro e também sobre a extinção da Aldeia do Imbuhy, ambos assuntos ligados à Praia do Imbuí, área que foi apropriada pelos militares de forma arbitrária anos depois do estabelecimento dos primeiros moradores no local, isto ainda em 1830. E cujo desfecho, a expulsão pura e simples de seus descendentes pelo Exército, em 2015, marcou tal episódio como um dos mais vergonhosos, aviltantes e tristes da história de Niterói.

Depois de repassar estas e outras informações interdisciplinares ao grupo, partimos para o fechamento do circuito, daí a alguns minutos depois. Eram 11h40, quando chegamos ao ponto de partida sãos, salvos e com as baterias recarregadas com a troca de conhecimento e a contemplação de belas paisagens.

Nossos agradecimentos ao grupo pelas contribuições, que já foram integralmente encaminhadas ao Abrigo Cristo Redentor de São Gonçalo.

Abraços,

Cássio Garcez
Coordenador

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