MIRANTE DA TAPERA PARTICULAR - 11/05/2019
Aproveitando
o sábado vago na programação do Ecoando, um grupo particular marcou este
roteiro comigo para visitar o talvez maior atrativo da Trilha Tupinambá, no
Parnit. Seria a segunda vez que eu estaria lá este ano, tendo sido a primeira
realizada bem cedo por ser auge do verão, em fevereiro.
Qual não
foi minha surpresa, à hora do ponto de encontro, em rever a Vânia Drumond, ecoandista
da antiga que não aguentou ficar escondida no carro a espera de seus colegas,
em sua maior parte também participantes há muito sumidos das caminhadas da
instituição!
A idéia
desse povo que ficou famoso nas caminhadas do Ecoando por sua alegria, sua coesão
e pela cachacinha subversiva que era servida na hora dos lanches, na encolha,
era dar um baita susto do bem neste guia. Mas, mesmo sem o susto, por causa do
desencontro entre eles, a surpresa foi inesquecível.
Assim,
tanto no reencontro com cada uma dessas pessoas queridas, quanto na lembrança
de episódios engraçadíssimos, a emoção e a alegria deram o tom dessa caminhada
tão sui generis. E também as
gozações...
Por conta
de questões ortopédicas de alguns participantes - como parafusos e prótese -,
tivemos que caminhar mais lentamente e com mais cuidado. Mesmo assim, chegamos
ao nosso objetivo às 10h15, tendo levado uma hora e meia de subida, uma ótima
marca em se considerando aquelas vulnerabilidades. Também contribuíram para
este bom tempo de subida as condições da trilha, que estava bem transitável
mesmo depois dos vendavais que vinham se repetindo há semanas, os quais costumam
bloquear as passagens com galhos e ramagens caídas.
O dia
também ajudou bastante, pois estava ensolarado, claro e agradável, o que nos
permitiu contemplar as paisagens de forma ideal.
Depois do
lanche coletivo e muito bem servido - onde não poderia faltar a mítica e
identitária cachacinha* desse grupo - repassei aos participantes a síntese das
informações que aquele lugar oferece, como: geografia, formação geológica, a
história do encalhe do Camboinhas, a saga do Titanic Brasileiro, a extinção da
Aldeia do Imbuhy pelo Exército, a fundação da cidade do Rio de Janeiro em 1565,
as invasões francesas, as populações pré-históricas que habitaram a região e
muito mais.
No tempo em
que permanecemos lá em cima (pouco mais de uma hora), só encontramos três
pessoas em um único grupo, algo que era impensável há alguns meses atrás,
tamanha procura este atrativo estava tendo com sua divulgação maciça em redes
sociais.
Meu receio
era que o Mirante da Tapera virasse uma outra Pedra do Telégrafo de Barra de
Guaratiba, no Parque Estadual da Pedra Branca, verdadeiro ícone da destruição
de uma área preservada por conta de sua "viralização" em mídias
sociais, com consequente visitação sem critérios, sem controle e com todo o tipo
de problemas (como assaltos, lixo, etc.). Felizmente parece que este não será o
caso daquele, torçamos!
Levamos
novamente e quase exatamente uma hora e meia de descida, cheia de emoção e
sustos por conta dos tombos e escorregões. Por sorte, ninguém se machucou,
especialmente os "biônicos".
A vontade
de esticar aqueles momentos de alegria e boas lembranças era grande, mas não
dava para misturar bebida e direção. Por isso, ficamos de nos encontrar em
outro momento para comemorar como se deve - com tranquilidade e
responsabilidade etílica.
Meus
sinceros agradecimentos pela surpresa tão carinhosa e emblemática!
Abraços,
Cássio
Garcez
Coordenador.
* Embora o
uso de bebidas alcoólicas seja expressamente proibido nas atividades do
Ecoando, tivemos que abrir uma exceção nesta, por ser uma caminhada particular
e por ter suas doses limitadas e destinadas apenas à degustação.
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