TRILHA DA CONCÓRDIA - 23/11/2019



Foto 1: o Poço da Concórdia.


Começamos a caminhada no lugar chamado Paraíso das Plantas, local de partida também para várias escaladas no Parque Nacional da Serra dos Órgãos (Parnaso), como o Escalavrado e o Cabeça de Peixe. Eram 7h30.

No entanto, o lugar que costuma lotar com o pessoal de montanha, estava deserto, fato que poderia indicar a prevenção dos escaladores com as previsões de chuva para mais tarde - que se confirmaram logo depois de encerrado nosso trajeto.

Por sorte, pegamos sol a maior parte do tempo, especialmente na primeira metade do percurso. Especialmente nas cachoeiras do Garrafão, conjunto de quedas d'água que ficam a poucas centenas de metros da estradinha centenária que dá nome ao roteiro, as quais chegamos por volta das 9h.

As mesmas estavam cheias e bem iluminadas pelo sol que saía das aberturas entre as nuvens. No entanto, talvez devido à temperatura mais amena e à alta umidade do ar - havia chovido bastante nos dias anteriores - pouca gente se animou a entrar na água.

Por causa das pedras mais escorregadias e da dificuldade em se acessar a cachoeira mais escondida, decidi abortar a visita a esta, o que foi providencial para escaparmos a tempo de um temporal que caiu justamente quando finalizamos a caminhada, algumas horas mais tarde, como comentei acima.

Saímos desse conjunto de quedas d'água e de piscinas naturais exclusivas pouco antes das 10h, quando somente aí, na trilha, encontramos outros visitantes a caminho de onde acabávamos de sair.

Na estradinha, continuamos descendo até o final da pavimentação, onde começa um dos mais belos e preservados trechos desse percurso histórico e protegido pelas matas do Parnaso (foto 2). Em alguns trechos, era possível observar o calçamento original, em cabeça-de-negro ou pedra de mão. E, acima de nós, também perceber que as nuvens iam ficando mais pesadas e mais barulhentas: sinal de alerta para temporais e trombas d'água!

Foto 2: o belo percurso, antes do Poço da Concórdia.


Pouco mais de uma hora caminhando sob as grandes árvores, belas paisagens de mata e um céu que parecia de crepúsculo, de tão escuro que estava, chegávamos ao final da estradinha que vem desde a área urbana de Guapimirim, lugar que marca o Poço da Concórdia.

Esta piscina natural de águas cristalinas e um dos atrativos ecoturísticos mais concorridos desse município (foto 1), estava anormalmente deserta. No entanto, era óbvio o motivo: medo de chuva e das famigeradas trombas d'água.

Enquanto analisávamos se era seguro entrar na água ou não na água, chegou um enorme grupo de desbravadores (na realidade, uma espécie de dissidência do escotismo administrada por Adventistas de Sétimo Dia), com muitos adolescentes e crianças. E cujos chefes ou responsáveis, demonstravam estar com a mesma dúvida.

Avaliei que, se fosse apenas um mergulho rápido e atento aos sinais e avisos que eu estava monitorando (como pedras à flor da água, ruídos e turbidez do rio), o risco continuaria existindo, mas seria controlado. O problema é que os desbravadores seguiram o nosso exemplo, o que nos deixou bem preocupados. Afinal, a capacidade e a rapidez de um grupo super reduzido de caminhantes adultos e experientes (como o nosso) para sair da água seria bem diferente daquelas de crianças urbanas e aparentemente pouco afeitas ao ambiente natural.

Por sorte, todos - nós e eles -, conseguimos tomar banho naquelas águas límpidas com segurança suficiente, mesmo que por alguns minutos apenas. Embora os líderes, incluindo eu, com uma boa dose de tensão extra.

Deixamos o Poço da Concórdia por volta das 12h, vencendo o restante do percurso - que variava entre um longo trecho desabitado e o restante com algumas casas e sítios - em uma hora e 30 minutos. Término antecipado por não termos demorado nos banhos de rio em função da ameaça de chuva.

Foto 3: a vista panorâmica do restaurante onde comemos, depois da caminhada.


Como já comentado, bastou darmos por completo o percurso - quando inclusive nos cumprimentávamos por isso - e começou o toró. Por sorte, os funcionários da portaria de um condomínio próximo foram gentis o suficiente para nos permitir entrar e ficar aguardando o motorista de Uber por nós contratado sob a proteção de um providencial telheiro.

Como o grupo era pequeno e o tal motorista não tinha frescura, coubemos todos em uma única viagem de volta ao Paraíso das Plantas, onde almoçamos no restaurante panorâmico (foto 3) que fica em seu segundo andar. Programão de encerramento da atividade que quase foi eclipsado por um garçom que mais parecia um vendedor recém-formado em cursos motivacionais. O assédio comercial estava tão acintoso, que tive que reclamar com o gerente. A partir daí somente, é que pudemos comer e conversar em paz.

Voltamos para casa às 16h, com o tempo ora fechando e ora abrindo na serra. Já a partir de Itaboraí, esquentou e o tempo abriu de vez.

Veja as fotos desse e de outros passeios, em: https://www.ecoando.eco.br/galeria-de-fotos/.

Até a próxima trilha!

Abraços,

Cássio Garcez
Coordenador

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