PÔR SO SOL NO MORRO DAS ANDORINHAS - 22/12/2019

Foto 1: o sol se pondo antecipadamente, ainda no primeiro mirante, no Morro das Andorinhas.



Por conta das previsões de temporais para o final deste primeiro dia de verão, algumas pessoas desistiram de comparecer ao ponto de encontro desta caminhada. No entanto, as mesmas devem ter ficado bem frustradas ao ver as fotos desse ao mesmo tempo singelo e surpreendente passeio.

Assim, com metade do grupo originalmente inscrito, iniciamos às 16h15a subida do Morro das Andorinhas, mas de olho na muralha de nuvens negras que estava estacionada para os lados de São Gonçalo (foto 2). Por causa da alta probabilidade de chuva, deixei facultativa a participação. Mas, felizmente, todos os presentes toparam pagar para ver se as boas estimativas do guia estavam corretas.

Foto 2: caminhante na trilha do Morro das Andorinhas, com a muralha de nuvens negras para os lados de São Gonçalo.


Como de costume, visitamos primeiro o Mirante de Itacoatiara, um afloramento rochoso de belas vistas que fica sobre a Prainha (foto 3). De lá notamos que esta e a Praia de Itacoatiara estavam vazias, como costuma ser nessa época de véspera de Natal, quando grande parte das pessoas está envolvida com os preparativos das festas de fim de ano, ou engajada em confraternizações.

Foto 3: vista tomada do Mirante de Itacoatiara, de onde se pode ver o conjunto de pedras-símbolo do Parque Estadual da Serra da Tiririca, entre elas o Costão de Itacoatiara e o Alto Mourão.


Também a trilha tinha bem pouco movimento. Assim, ficamos durante uns 30 minutos neste primeiro mirante, apreciando as paisagens, compartilhando informações variadas sobre os locais que víamos e declamando poesias. Como a que fala sobre o próprio Parque, de autoria deste coordenador:

TIRIRICARTE

Nosso Parque Estadual
da Serra da Tiririca
é lugar fenomenal.
A razão logo se explica.

Lá no Alto Mourão,
também chamado Elefante,
tem-se inigualável visão
de paisagem deslumbrante.

Mas não é só encantamento
que oferece nossa serra.
É qualidade cem por cento
na vida do povo desta terra.

É água na nascente e no poço,
e ar puro a todo momento.
É refresco pro velho e pro moço,
e encosta sem desmoronamento.

Traz passarinho pro quintal.
Faz barreira contra o vento.
É refúgio pro animal.
Vale mais que no documento.

Cantemos em verso e em prosa
 a importância desta serra.
Salvemos nossa Tiririca generosa
do malvado corte da motosserra!

Poética também era a visão do céu, tomado por um festival de nuvens de formas, texturas e cores diferentes (foto 1), além de arco-íris e raios de sol. Chegamos a ver uma nuvem arco-íris (foto 4), fenômeno onde a luz do sol incidindo sobre gotículas de água ou de cristais de gelo nas nuvens, se difrata nas cores do prisma, embora sem aquela forma tradicional em arco. Mas também tínhamos visto um destes, momentos antes, que foi se reduzindo até ficar um curioso pedaço de faixas de cores no céu (foto 5).

Foto 4: nuvens arco-íris.
foto 5: um curioso pedaço de arco-íris no céu.



Prevendo que o pôr do sol seria antecipado por causa de outro manto de nuvens, bem a oeste, partimos para o outro mirante, quase secreto e voltado para Itaipu, mais cedo, por volta das 17h50, para tentar nos despedir do sol. Mas, já era tarde, pois o mesmo acabava de se ocultar atrás de uma gigantesca nuvem de chuva (que cairia pouco tempo depois de chegarmos em casa).

No entanto, embora não pudéssemos curtir o espetáculo do mergulho do astro-rei no mar (coisa que só em determinados pontos da Região Sudeste é possível visualizar, por causa da configuração leste-oeste de grande parte de seu litoral), o que víamos compensava com louvor o que havíamos perdido (foto 6).

Foto 6: festival de nuvens.


O festival de formas e cores que vimos acompanhando desde o início da caminhada, agora era ainda mais dramático e espetaculoso. Nem tentarei descrevê-lo, para não diminuir sua grandiosidade. Sugiro ao leitor acessar a Galeria de Fotos deste passeio (vide link ao final deste texto) para ter uma noção do cenário presenciado, mesmo assim alertado de que o que foi visto ao vivo era muito mais extraordinário.

Para completar o deleite visual, fomos sobrevoados por papagaios-verdadeiros, primeiramente um casal, depois três casais, indo e voltando da Ponta das Andorinhas, onde provavelmente nidificam. A brisa era fresca e perfumada. E só havíamos nós ali, embora ouvíssemos vozes vindas de outro mirante, mais popular, separado de onde estávamos por uma muralha de capim-colonião.

Repassei ao grupo informações variadas sobre aquele museu a céu aberto que víamos de camarote, como sobre: geografia, história, arqueologia, antropologia, geologia, etc. Por sorte, as décadas de estudos e de prática permitiram ao guia sintetizar o que mais importa desse conhecimento em algumas frases apenas, sem tornar assim aquele rico e sereno momento numa maçante aula ao ar livre.

Pouco antes de começarmos os preparativos para a descida, fizemos o sorteio de brindes entre os participantes (foto 7), os quais ganharam todos uma prenda, entre camisetas, Guia de Trilhas do Parque Estadual da Serra da Tiririca e vale-caminhada. O ecoandista Luiz Mello complementou a distribuição de presentinhos com mini-panetones doados por ele a cada um dos presentes. Valeu, Luiz!

Foto 7: participantes com suas prendas.


Pouco depois do horário do pôr do sol, por volta das 18h30, quando só então tivemos a certeza de que não seríamos surpreendidos por uma janelinha de últimos raios solares entre as nuvens, fizemos um nutritivo exercício do silêncio, partindo de volta para a civilização logo a seguir.

Chegamos aos carros já no escuro da noite, com a usual segurança que caracteriza as atividades do Ecoando. E sem termos pego uma única gota de chuva!

Aproveito para agradecer a todas e todos que participaram das caminhadas do Ecoando, em 2019. A presença de vocês é fundamental para a realização de nossas atividades e a manutenção de nossa organização, especialmente os associados!

Em 2020 teremos novidades. Até a próxima trilha, nesse ano!

Veja mais fotos desse e de outros passeios do Ecoando, em: https://www.ecoando.eco.br/galeria-de-fotos/.

Abraços,

Cássio Garcez
Coordenador

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