CIRCUITO VESPERTINO MIRANTES DO PARNIT - 09/02/2020

Foto 1: grupo no Mirante II do antigo Parque da Cidade.



Iniciamos esta caminhada por volta das 16h30, ao lado da sede da guarda ambiental, seguindo pela Estrada da Viração até a entrada na Trilha dos Platôs. A tarde estava ensolarada e quente, mas havia muitas nuvens no céu.

Chegamos ao Mirante do Platô II (foto 1) meia hora depois, nos deparando com paisagens renovadas com a luz da tarde, que estava filtrada e mais branda por causa do teto de nuvens.

Lá de cima podíamos ver com nitidez grande parte da Região Serrana Fluminense, a Baía de Guanabara, suas ilhas - como Paquetá, do Governador e Tapuamas de Fora (onde morou a vedete e pioneira naturista, Luz del Fuego) -, e municípios vizinhos, cuja geografia e toponímia (nome dos lugares) eu ia repassando ao grupo. E também compartilhando histórias e causos, como sobre a história daquela vedete, da fundação da cidade de São Sebastião do Rio de Janeiro e das origens de Niterói (Bandas D'Além, São Lourenço dos Índios), das batalhas entre portugueses, franceses e indígenas, e do passado geológico insólito dessa região.

Particularmente, esta era certamente a visita mais agradável que eu já tinha feito a este local, que se caracteriza por ser um platô amplo de saibro e com vegetação apenas em suas bordas. Isso porque, mais cedo e com sol mais alto, tanto o desconforto com o calor quanto a maior luminosidade atrapalham um pouco a visita, problemas estes que não tínhamos àquele momento.

Na descida ao Mirante do Platô I, na realidade uma antiga rampa de vôo livre, muito utilizada na década de 1980, nos deparamos logo de cara com um ato de vandalismo ainda mais torpe e vil que o normal: a derrubada a facão de um totem com placas indicativas sobre o local (foto 2).

Foto 2: vandalismo em placa instalada por voluntários do Parnit.


Lamentamos muito constatar que esse problema está longe de ser resolvido (como já havia relatado o próprio administrador do Parnit, Alex Figueiredo), mesmo com toda a perseverança do chefe da unidade de conservação e de seu voluntariado.

Contornada a revolta com essa situação, voltamos nossos olhos para as estrelas daquele mirante, os morros, lagoas e praias da Região Oceânica de Niterói (foto 3). Tanto quanto no anterior, as luzes e sombras do sol da tarde renovavam a beleza daquelas paisagens.

Foto 3: grupo no Mirante I do Parnit.


Como não poderíamos bobear com o tempo, por causa do horário do pôr do sol, ficamos pouco ali em cima, pegando a trilha que passa ao lado das ruínas de uma casa centenária e que foi habitada durante anos, mais recentemente, por uma família de sitiantes. Com a saída deles e a falta de manutenção do local, aquelas paredes feitas com pedra de mão, conchas trituradas e borra de óleo de baleia, parte da história de Niterói, vão se degradando a cada ano (foto 4). Uma grande pena.

Foto 4: caminhante em frente às ruínas de casa centenária.


Através desse caminho (foto 5), que se encontra com outro tão ou mais antigo quanto (o da Ponte de Pedra), desembocamos numa das estradinhas que cortam aquela área do Parnit. E onde também começa a trilha abandonada que leva ao Mirante da Cidade (antigo Parque da Cidade, onde estão as rampas de vôo livre que atraem multidões para apreciar o pôr do sol), a qual pegamos para evitar o movimento maior da outra (a do Bosque dos Eucaliptos) e da estrada.

Foto 5: caminhantes ao lado de eucaliptos plantados há décadas ao longo da estradinha centenária.


Como havia mais mato do que o normal em seu início, nos demoramos um pouco mais do que eu havia previsto. Por isso, lá pela metade do caminho, tive que imprimir um ritmo mais ligeiro ao grupo, de modo a não perdermos o horário do crepúsculo.

Chegamos à rampa oeste (foto 6), onde o povo costuma se acotovelar para apreciar este espetáculo (como era o caso), alguns minutos antes do horário oficial do pôr do sol (18h35), sendo ainda possível ver alguns de seus raios. No entanto, por causa da quantidade maior de nuvens no poente, seria pouco provável vermos algo além disso - como se confirmou daí a instantes (foto 10).

Foto 6: chegada à rampa oeste do Mirante da Cidade, lotado.


Embora a rampa estivesse lotada, conseguimos garantir um espaço privilegiado para lanchar contemplando aquelas que eram algumas das mais belas paisagens de Niterói (foto 7). Além da beleza de morros, praias, ilhas e outros atrativos, o festival de formas, luz e sombras das nuvens eram um espetáculo a parte.

Foto 7: espaço privilegiado conseguido em meio à multidão, na rampa oeste.


Satisfeitos em estarmos naquele camarote privilegiado, mesmo em meio a tanta gente, observamos que a multidão começou a se afastar de repente. O motivo eram os voadores que começariam a decolar com a melhoria das condições de vento.

Assim, embora desalojados de nosso ninho e agora de pé, pudemos apreciar durante algum tempo aquelas evoluções (foto 8). Não sem alguma preocupação, já que muitos voadores tiveram dificuldade em controlar seus paraglyders, quase atingindo expectadores.

Foto 8: voadores em final de tarde.


Em nova surpresa, um helicóptero dos bombeiros veio rápido em direção à rampa, parecendo querer pousar. A multidão mais uma vez se alvoroçou e abriu ainda mais espaço, o que se mostrou desnecessário, já que os resgatistas apenas queriam informações sobre o local da queda de um dos voadores.

Resolvemos abandonar a rampa quando um dos voadores, com dificuldades para decolar, acabou catando sem querer a biruta, com haste e tudo, o que poderia ter machucado alguém ao cair. Para nós bastava de tantos sustos!

Fomos para a rampa sudeste, onde ficamos durante alguns minutos na esperança de pelo menos ver o nascer da lua cheia, já que havíamos perdido o pôr do sol. No entanto, além de não haver sinal dela no horizonte de nuvens, recebemos o convite de um guarda ambiental para deixarmos o local, já que era hora do fechamento.

Foto 10: os últimos raios de sol, saindo por detrás das nuvens. Estas que prenunciavam chuvas fortes mais tarde e nos próximos dias..


Felizmente o que havíamos visto e vivenciado anteriormente era mais que o suficiente para compensar aquelas ausências. Desta forma, me pareceu que o grupo desceu satisfeito a estrada de volta ao Andarilho (a minivan do Ecoando), onde terminamos a caminhada por volta das 19h30.

Veja mais fotos desse e de outros passeios do Ecoando, em: https://www.ecoando.eco.br/galeria-de-fotos/.

Abraços,

Cássio Garcez
Coordenador

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